Entenda Seus Direitos na Demissão Sem Justa Causa: Guia Detalhado
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Se você está enfrentando uma demissão sem justa causa, este guia é para você. Meu nome é Giovana Tórtoro, do escritório Giovana Tórtoro Advogados Associados, e vamos abordar todo o processo de demissão sem justa causa, desde a notificação até a formalização da saída, garantindo que você esteja ciente de seus direitos e deveres. Você aprenderá sobre as verbas rescisórias, como calcular corretamente os valores devidos, e entenderá as mudanças trazidas pela Reforma Trabalhista. Também discutiremos o cumprimento do aviso prévio, a atualização da Carteira de Trabalho e os direitos mantidos ao ser demitido sem justa causa. Esse conhecimento é essencial para garantir uma transição tranquila e profissional.
Direitos na Demissão Sem Justa Causa
Ao ser demitido sem justa causa, você tem direito a alguns benefícios garantidos por lei. Conhecer esses direitos é fundamental para assegurar que você receba tudo o que lhe é devido. Aqui estão os principais direitos:
Saldo de Salário
Você tem direito a receber o saldo de salário pelos dias trabalhados no mês da demissão.
Férias Proporcionais
As férias proporcionais são devidas ao empregado que não completou o período aquisitivo de 12 meses. Você receberá o valor correspondente aos meses trabalhados, proporcionalmente.
Terço de Férias
Além das férias proporcionais, você também tem direito ao terço de férias, que é um adicional de 1/3 sobre o valor das férias proporcionais.
Décimo Terceiro Salário Proporcional
O décimo terceiro salário proporcional é calculado com base nos meses trabalhados no ano. Cada mês trabalhado equivale a 1/12 do valor total do décimo terceiro.
Compensações Adicionais
Dependendo do seu contrato de trabalho, você pode ter direito a outras compensações, como vale-transporte, adicionais de insalubridade, periculosidade, adicional noturno e gratificações.
FGTS
Ao ser demitido sem justa causa, você tem direito ao saque do saldo total do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Além disso, a empresa deve pagar uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS.
Seguro-Desemprego
Elegibilidade e Benefícios
Você também pode ter direito ao seguro-desemprego, que é um benefício temporário concedido ao trabalhador dispensado sem justa causa. Para ter direito ao seguro-desemprego, é necessário cumprir alguns critérios de elegibilidade, como ter trabalhado pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses anteriores à demissão (para a primeira solicitação).
Solicitação do Seguro-Desemprego
O número de parcelas e o valor do benefício variam conforme o tempo trabalhado e a média salarial nos últimos três meses. O trabalhador deve solicitar o seguro-desemprego dentro de um prazo específico, geralmente de 7 a 120 dias a partir da data de demissão. A solicitação pode ser feita pela internet, através do portal Emprega Brasil, ou pessoalmente em uma agência do SINE (Sistema Nacional de Emprego).
Formalização da Demissão
Notificação da Decisão
Quando a empresa decide demitir sem justa causa, é importante formalizar essa decisão por escrito, especificando a data de saída. A notificação deve conter seu nome completo, nome da empresa, cargo ocupado, período do aviso prévio (se aplicável) e assinatura da empresa.
Cumprimento do Aviso Prévio
O empregado deve cumprir o aviso prévio, que pode ser trabalhado ou indenizado. Se optar por trabalhar durante o período de aviso prévio, você tem o direito de reduzir duas horas da jornada diária ou faltar nos últimos sete dias úteis para buscar um novo emprego.
Pagamento das Verbas Rescisórias
Pagamento das Verbas Rescisórias
Prazo para Pagamento
Antes da Reforma Trabalhista, o pagamento das verbas rescisórias deveria ser feito no primeiro dia após o término do contrato ou até o décimo dia a partir da notificação do desligamento. Agora, a nova lei determina que, independentemente do tipo de aviso prévio ou de quem partiu o pedido de demissão, as verbas rescisórias devem ser pagas em até 10 dias corridos a partir da data de término do contrato.
Multa por Atraso
Caso o pagamento não seja feito nesse prazo, o parágrafo oitavo do artigo quatrocentos e setenta e sete da CLT impõe uma multa equivalente ao salário do colaborador.
Demissão por Comum Acordo
Regras e Benefícios
Antes da Reforma Trabalhista, a prática de demissão por comum acordo era ilegal. Hoje, com o artigo 484-A da CLT, a demissão por comum acordo está regulamentada. As regras incluem o pagamento de metade do valor do aviso prévio e 20% da multa do FGTS. As outras verbas rescisórias são pagas normalmente, e o trabalhador pode movimentar até 80% do valor depositado no FGTS, mas não tem direito ao seguro-desemprego.
Cálculo das Verbas Rescisórias
Cálculo do Salário
Para o cálculo do salário, a empresa deve dividir o valor total recebido normalmente pelo funcionário por 30 e multiplicar o resultado pelo número de dias a serem trabalhados.
Saldo do salário = (Salário/30) x dias trabalhados.
Vamos a um exemplo prático. Imagine que um colaborador tenha o salário de R$ 2.000,00 e trabalhou por 13 dias antes da sua demissão. O saldo do salário seria, portanto:
R$ 2.000,00/30 x 13 = R$ 866,58. Isso quer dizer que ele deverá receber R$ 866,58 referentes aos dias trabalhados no mês.
Cálculo do Décimo Terceiro Salário
O cálculo do décimo terceiro salário é semelhante ao do salário. Basta dividir o valor do salário por 12 e multiplicar o resultado pelo número de meses trabalhados. Vale lembrar que, se o colaborador trabalhar por mais de 14 dias em qualquer mês, esse período conta como um mês inteiro.
Décimo terceiro proporcional = (salário mensal/12) x número de meses trabalhados.
Seguindo nosso exemplo = R$ 2.000,00/12 x 10 = R$ 1.666,66. Então, o décimo terceiro proporcional a receber é de R$ 1.666,66.
Cálculo das Férias Proporcionais
Para calcular as férias proporcionais, multiplique o valor do salário pelo número de meses trabalhados e divida o resultado por 12. Isso porque a cada 12 meses em serviço, todo colaborador tem direito a 30 dias de férias remuneradas. Ao final, basta somar um terço ao resultado obtido. Vale lembrar que, se o colaborador trabalhar por mais de 14 dias em qualquer mês, esse período conta como um mês inteiro.
Para calcular as férias vencidas, devemos considerar o 1/3 sobre o valor. Portanto, a fórmula é a seguinte:
Férias vencidas = salário + (1/3 x salário).
Seguindo o exemplo anterior cujo salário do colaborador é de R$ 2.000,00 teríamos o seguinte cálculo: R$ 2.000,00 + (1/3 x R$ 2.000,00). R$ 2.000,00 + R$ 666,66 = R$ 2.666,66.
Já a fórmula para calcular as férias proporcionais é um pouco diferente, considerando que o colaborador não chegou a completar o período de trabalho que lhe daria direito às férias de 30 dias. Para isso, temos que multiplicar o salário pelos meses trabalhados, depois dividir o resultado por 12 e somar o valor de 1/3 do salário. Dessa forma, o cálculo seria:
Férias proporcionais = (salário x meses trabalhados) / 12 + 1/3.
Com o exemplo: R$ 2.000,00 x 10 / 12 + R$ 666,66 = R$ 2.333,32.
Assim, o colaborador que trabalhou 10 meses e 13 dias teria direito a receber pelas férias vencidas e proporcionais R$ 4.999,98 com a rescisão trabalhista.
Banco de Horas
Caso um colaborador possua um saldo positivo em seu banco de horas no momento da rescisão, a empresa deve pagá-las como horas extras. O cálculo pode variar dependendo da jornada de trabalho exercida pelo funcionário.
Estabilidade Provisória
Além disso, é fundamental considerar a Estabilidade Provisória. Em alguns casos, o empregado pode ter estabilidade provisória, como em casos de doença ocupacional, acidente de trabalho, gravidez, dirigente sindical, membros da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), e empregados próximos da aposentadoria. Verificar se você se enquadra em alguma dessas situações antes de aceitar a demissão é crucial para garantir a proteção dos seus direitos.
Também é importante lembrar que o empregador deve realizar o pagamento da rescisão até o primeiro dia útil após o término do contrato ou imediatamente após o término do aviso prévio indenizado. Isso garante que você receba tudo o que é devido no prazo correto.
Aviso Prévio
Cumprimento do Aviso Prévio
O empregado deve cumprir o aviso prévio, que pode ser trabalhado ou indenizado. Se optar por trabalhar durante o período de aviso prévio, você tem o direito de reduzir duas horas da jornada diária ou faltar nos últimos sete dias úteis para buscar um novo emprego. Isso pode ajudar bastante na sua transição para uma nova oportunidade.
Direitos e Deveres Durante o Aviso Prévio
Durante o período de aviso prévio, ambas as partes devem organizar a documentação necessária e calcular os direitos do empregado. Esse é um passo importante para garantir que tudo esteja em ordem para o término do contrato.
Aviso prévio indenizado
O valor final do aviso prévio varia de acordo com a quantidade de anos que o funcionário trabalhou na empresa. Portanto, o cálculo é diferente dependendo do tempo em que o colaborador esteve na empresa.
De modo geral, a cada ano trabalhado, é acrescido 3 dias no cálculo. Dessa forma, se o funcionário trabalhou na empresa por três anos, a fórmula será:
Aviso prévio indenizado = 30 + (3 x 3) = 39.
Depois de descobrir os dias, basta multiplicar o resultado pelo valor do dia trabalhado para descobrir o valor do aviso prévio indenizado. Seguindo nossos exemplos, o cálculo deverá ser:
Aviso prévio x (salário/30 dias).
39 x (R$ 2.000/30) = 39 x R$ 66,66 = R$ 2.599,74. Sendo assim, o valor da verba rescisória a ser paga por conta do aviso prévio indenizado é de R$ 2.599,74.
Pagamento da Rescisão
Prazo para Pagamento
O empregador deve realizar o pagamento da rescisão até o primeiro dia útil após o término do contrato ou imediatamente após o término do aviso prévio indenizado. Isso garante que você receba tudo o que é devido no prazo correto.
Atualização da Carteira de Trabalho
A empresa é responsável por atualizar a Carteira de Trabalho, registrando a data de término do contrato. Isso é importante para que todos os registros estejam corretos.
Conclusão
Ao seguir estas orientações, você garantirá que sua demissão seja tratada de maneira profissional e dentro da lei. Se você está enfrentando uma demissão sem justa causa, é fundamental estar bem informado sobre seus direitos e deveres para garantir uma transição tranquila e justa.
Em caso de dúvidas ou disputas, procurar orientação jurídica pode ser essencial para garantir que seus direitos sejam respeitados e que você receba todas as compensações devidas.
Espero que estas informações tenham sido úteis e que você se sinta mais preparado para lidar com essa situação.
Vale lembrar também que temos vários vídeos em nosso canal tratando dos mais diversos direitos específicos dos trabalhadores, além de respostas para perguntas frequentes. Convidamos você a visitar nosso site e acessar nosso canal no YouTube para obter mais informações e orientações detalhadas.
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Palavras-chaves
demissão, sem justa causa, direitos, verbas rescisórias, aviso prévio, FGTS, seguro-desemprego, férias proporcionais, décimo terceiro, compensações, formalização, Reforma Trabalhista, estabilidade provisória, banco de horas, elegibilidade
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